“_ Meu caro, conheces o meu pavor dos cavalos e das viaturas. Há pouco, ao atravessar o boulevard a toda a pressa, e ao saltar na lama através desse caos movimentado onde a morte avança a galope de todos os lados ao mesmo tempo, a minha auréola, num movimento brusco, caiu-me da cabeça no lodo do macadame. Não tive a coragem para a apanhar. Julguei menos desagradável perder as minhas insígnias do que a partir os ossos. E depois, disse comigo mesmo, há males que vêm por bem. Agora posso passear incógnito, fazer más acções, e entregar-me à crápula, como os simples mortais. E eis-me aqui, semelhante a ti, como vês!” (Perda de Auréola. Charles Baudelaire)
03 outubro, 2008
O que estava oculto, se mostra cru, desnudo e afiado das trevas profundas d' alma...
Para atravessar como uma lâmina fina, que definha o ser como a praga da tristeza...
Fernanda Manéa
02 outubro, 2008
"A arte não reproduz o visível, ela torna visível."